segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Grécia: Periodização

Grécia: Periodização
Pré-Homérico - entre 2000 e 1.100 a.C
Época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênica e Cretense. Invasão dos Dórios no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.
Homérico - entre 1.100 e 700 a.C
Conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos genos havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorreu a desintegração dos genos. 
Arcaico - entre 700 e 500 a.C
Surgimento das pólis (cidades-estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.
Clássico - entre 500 e 338 a.C
Época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e político da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades-estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos como, por exemplo, as Guerras Médicas (entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta). 
Helenístico - entre 338 e 146 a.C
Fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).

Grécia: Período Pré-Homérico

Grécia: Período Pré-Homérico
O Período Pré-Homérico representa o período no qual ocorreram as invasões dos povos indo-europeus na ilha de Creta e na região da Hélade. A miscigenação com a cultura da Civilização Minóica denota a fase relativamente pacífica da invasão dos novos povos e mais tarde uma violenta invasão geraria a Primeira Diáspora Grega.
Durante muitos anos se estabeleceu na ilha de Creta a civilização minóica, caracterizada pelo comércio em grande quantidade que realizava no Mar Egeu. Entretanto três momentos de invasão ocorreram na ilha e na região continental da Grécia, mudando os hábitos, a cultura em geral e principalmente o povo dominante. Todo este período de invasões e constituição de uma nova cultura marca uma fase prematura da história da Grécia Antiga chamada de Período Pré-Homérico.
O primeiro povo a invadir a ilha de Creta neste período foram os aqueus. Em torno de 1400 a.C. os aqueus dominaram a cidade de Knossos, a mais importante da civilização minóica, desarticularam a cultura existente e fundaram a cidade de Micenas. Entretanto a cultura cretense não foi extinta, foi incorporada em grande parte. A novo civilização que se estabelecia na ilha de Creta carregava uma cultura creto-micênica. Os aqueus se aproveitaram da hegemonia dos cretenses no Mar Egeu para conquistar um grande comércio e as colônias criadas anteriormente pelos minóicos. A cidade de Micenas se tornou o principal centro político, econômico e cultural dos aqueus. Estes se desenvolveram e fundaram, através da sedentarização, os núcleos urbanos de Tirinto e Argos. O poderio externo aumentou quando conquistaram a cidade de Tróia em 1150 a.C., possibilitando o acesso às terras do litoral do Mar Negro.
O segundo grupo que ocupou as terras da Antiga Grécia era formado por jônios e eólios, os quais se integraram pacificamente aos aqueus. Todos os grupos interagiam e se expandiam pela Ásia através da sociedade Micênica que estava estabelecida na ilha de Creta. O último grupo ocupou a Grécia foi o dos dórios, os quais invadiram com extrema violência. Durante o século XII a.C. os dórios invadiram e destruíram os centros urbanos da Hélade. O novo grupo estava habituado com o manuseio de armamentos feitos com metal e tinha uma tradição ligada à militarização, o ataque desses indo-europeus recém chegados forçou a população da Grécia Continental a migrar para sobreviver, os fugitivos se dirigiram para o interior do continente, a Ásia Menor e outras regiões do Mar Mediterrâneo. Este processo praticamente encerrou a cultura micênica, mas acabou favorecendo na formação de colônias gregas em outros territórios. A dispersão populacional e a colonização ocorrida nessa fase é chamada de Primeira Diáspora Grega.
A nova circunstância criou uma nova realidade no mundo grego, todo o grande comércio que havia se estabelecido nos séculos anteriores e a estruturação dos núcleos urbanos foram alterados. A população começou a viver baseando-se em pequenos grupos familiares que viviam da agricultura de subsistência, o sofisticado artesanato que havia sido desenvolvido cedeu espaço para peças mais simples e funcionais. Consequentemente a política deixou de ser centralizada como outrora e passou a ser exercida localmente pelos chefes familiares. No âmbito cultural, a consequência foi a simplificação dos ritos funerários.

Grécia: Período Homérico


Grécia: Período Homérico
O Período Homérico representa uma nova fase na estruturação da sociedade grega em decorrência da invasão dos dórios no período anterior. O novo povo encerrou a cultura creto-micênica que esteve presente por séculos e em seu lugar deu início a cultura gentílica.
No final do Período Pré-Homérico os dórios, povo indo-europeu, invadiram violentamente a Hélade, destruindo a estrutura comercial existente, a cultura que lá estava estabilizada e causando a migração de tal população como alternativa para sobreviver. A invasão dos dórios fez com que surgissem novas colônias gregas em novos territórios, mas alterou radicalmente a estrutura existente na Grécia.
O novo período da história da Grécia Antiga recebe a denominação de Homérico por causa do poeta Homero, que escreveu e revelou muitas informações sobre esta fase da história grega. A estrutura que havia na Grécia foi toda distorcida e deu lugar para uma sociedade baseada nos Genos. Os membros dos Genos eram chamados de Gens e dependiam da unidade familiar. Como uma organização fechada, os Genos tinham uma grande independência econômica.
Os Genos conquistaram grande autonomia política em consequência da independência econômica, mesmo a nova organização tendo base familiar, toda a população era favorecida. O trabalho desenvolvido na nova sociedade era de cunho individual, mas o bem da comunidade era sempre almejado. Havia um chefe que determinava o papel de cada um, tudo que era produzido era dividido igualmente entre os Gens. A estrutura garantia que nenhum Genos se desenvolvesse mais que outros, as famílias que tinham dificuldade na produção eram livres para utilizar escravos ou o trabalho de artesãos.
É claro que em toda relação humana, por mais que se preze pela igualdade social, sempre há expressões que favorecem a determinados indivíduos, o que é efeito das relações políticas. Apesar da sociedade ser igualitária, a proximidade familiar com o chefe do Genos era que determinava o grau de importância do indivíduo na sociedade. O chefe do Genos era respeitado por ser considerado como detentor de ‘fórmulas secretas’ que lhe permitiam fazer contato com os ancestrais e com os deuses que protegiam as famílias.
A organização econômica e social do Genos não foi capaz de resistir por muito tempo, as técnicas arcaicas não davam mais conta de sustentar a população. A tendência era de que o Genos se dividisse em estruturas menores, o rompimento dos laços familiares causava sua fragilização. Esse processo favoreceu aos possuidores de maior importância social, ou seja, os parentes mais próximos do chefe do Genos. A sociedade ficou extremamente fragmentada e formada por um grupo detentor das melhores condições sociais e econômicas, a maioria passou a viver de míseros salários e esmolas.
A nova estrutura social era baseada em três níveis. Em primeiro lugar estavam os eupátridas (bem-nascidos), que por serem mais próximos no parentesco do chefe do antigo Genos ficaram com as melhores terras, monopolizaram os equipamentos de guerra e ficaram com todo o poder formando uma aristocracia baseada na terra. Em segundo lugar estavam os georgoi (agricultores), enquadrados em um patamar médio, ficaram com a periferia. E na camada mais baixa da nova sociedade estavam os Thetas (marginais), desprovidos de terras e completamente marginalizados.
A nova aristocracia ficou com o poder e era denominada de fratrias, que formavam em grupo as tribos. A união destas tribos fez surgir as cidades-estado chamadas de Pólis. Nos século IX e VIII a.C. surgiram aproximadamente 160 pólis na Grécia, sendo que cada uma possuía seu templo em uma região elevada da cidade, o qual era chamado de Acrópole. Os Basileus eram os governantes da pólis, mas tinham o poder limitado pelos eupátridas. Tentaram dar um golpe para tomar o poder máximo, mas foram impedidos e substituídos pelos Arcondes, que eram indicados anualmente pelo Conselho dos Aristocratas.
Assim o período Homérico teve início substituindo a cultura micênica pela gentílica, mas se encerrou com a aniquilação também desta.

Grécia: Período Arcaico

Grécia: Período Arcaico

A era arcaica da Grécia (c. 700-500 a.C.) constituiu uma das épocas mais brilhantes e férteis da história da humanidade. Os gregos da época arcaica não constituíam uma nação "helénica". Pelo contrário, encontravam-se dispersos em pequenos núcleos por toda a Grécia continental (até à Tessália, no Norte), na Calcídica, nas ilhas do Egeu (incluindo Creta) e nas cidades da costa ocidental da Ásia Menor, nas ilhas do Mediterrâneo oriental, Lesbos, Quios, Samos, Rodes e Chipre e numa série de colónias fundadas no Sul de Itália e na Sicília em finais do século VIII a. C. Cada núcleo grego era, pelo menos em teoria, um Estado autónomo (polis); os Estados gregos (poleis) desenvolveram-se de formas diferentes durante este período.
Na Sicília e na Magna Grécia fixaram-se importantes contingentes de população durante o período de c. 750 a 600 a.C., que viriam a constituir, durante muitos séculos, uma extensão da civilização grega no Ocidente (Magna Grécia era a expressão, em latim, pela qual se conhecia a região sul de Itália, da baía de Nápoles ao golfo de Tarento, onde se estabeleceram os colonizadores gregos). Durante o século VIII a. C., uma série de comerciantes gregos exploraram o Mediterrâneo ocidental em busca de metais e de outros produtos naturais; assim, as primeiras colónias foram fundadas tendo como objetivo explorar ou proteger rotas comerciais. A primeira colónia situou-se na ilha de Ischia e em 750 a. C. fundou-se de Cumas, na baía de Nápoles, de onde era possível aceder às jazidas metalíferas de Itália e também às comunidades etruscas situadas a norte do Tigre.
Seguidamente, fundaram-se Zancle (Mesana) e Reggio no estreito de Messina, entre a Sicília e a Calábria. Uma vez estabelecidos os núcleos comerciais iniciais, assistiu-se à chegada de importantes contingentes de colonizadores procedentes de diferentes partes do mundo grego para explorar as áreas de terras férteis descobertas no curso da exploração. As descobertas arqueológicas permitiram estabelecer de forma aproximada a data de fundação de uma série de colónias na Sicília: Naxos (734 a. C.), Siracusa (733 a. C.), Leontinois (729 a. C.), Catânia (729 a. C.), Gela (688 a. C.), Himera (649 a. C.) e Acragas (580 a. C.). No que respeita a Itália: Síbaris (720 a. C.), Crotona (708 a. C.), Taras (706 a. C.), Posidónia (700 a. C.) e Lócrida (673 a. C.).
A necessidade de encontrar novas terras, o excedente demográfico, os "filhos segundos" sem heranças e as tensões sociais seriam as causas deste importante movimento migratório em que se viram implicadas muitas regiões gregas, especialmente Cálcis, Eretreia, Corinto e Rodes, na Sicília, e comunidades oriundas de Acâdia na Magna Grécia. Deste processo colonizador interessa destacar o facto das comunidades, novas e independentes, conservarem laços formais com os fundadores que podiam ser várias cidades diferentes. Assim, a organização social grega propagou-se por todo o Mediterrâneo ocidental através de cidades independentes. As cidades sicilianas eram mais florescentes do que as da Magna Grécia.
Os povoadores indígenas eram relativamente débeis e a maior parte das colónias gregas (com exceção de Siracusa) coabitavam com estes de forma pacífica. As guerras com as cidades cartaginesas tornaram-se frequentes na parte ocidental da ilha, ainda que a maior parte dos conflitos tenha sido provocada pelos Gregos, que queriam excluir os Cartagineses. Na Magna Grécia, as cidades estavam mais isoladas do que na Sicília e desde o século V tinham vindo a sofrer terríveis pressões por parte das tribos sabelias. Durante o século VI, uma série da cidades como Siracusa, Síbaris, Acragas e Himera rivalizaram em riqueza e tamanho com as cidades mais importantes da Grécia. Grandes edifícios públicos adornavam muitas delas; são de destacar os templos que se conservam em Selino, Acragas e Himera, na Sicília, e Posidonia (Paestum), na Itália. As relações económicas com as cidades gregas eram intensas e as colónias ocidentais tiveram um papel importante em muitas celebrações gregas, como nos jogos olímpicos.
A Sicília importava produtos manufaturados na Grécia e exportava produtos alimentares, especialmente o trigo, não somente para o mundo grego, mas também para as comunidades do Norte de África e de Itália. Os Gregos do Ocidente representaram também um papel importante na vida cultural do mundo grego. Um dos primeiros poetas líricos e de grande reputação, Estesícoro, viveu em Himera. Pitágoras emigrou de Samos para Crotona em 531 a. C. e os seus seguidores gozaram de grande influência nessa cidade até 455 a. C. Em Crotona existiu também uma importante escola grega de Medicina.
O filósofo Empédocles, que viveu no século V a. C., era originário de Acragas, e Górgias, o primeiro "sofista" e professor de retórica, era natural de Leontinos. Do ponto de vista político, a maior parte destas colónias atravessou as mesmas etapas que as cidades-mãe gregas, mas desde muito cedo se destacou pela violência política, tanto interna como externa. As rivalidades eram intensas e as guerras frequentes. Siracusa destruiu Camarina no ano de 550 a. C., e em 510 a. C. Crotona destruiu Síbaris, a cidade mais rica da Magna Grécia. Durante o século VI, o aumento demográfico, os conflitos armados e as tensões sociais significaram, em muitas cidades, a perda de poder por parte da aristocracia terratenente e a sua substituição por "tiranos" (dirigentes autocráticos cuja forma de governo não era sempre tirana). Na segunda metade do século V a. C., muitas cidades, entre elas Siracusa, gozaram de um período de calma relativa, mas a tentativa fracassada de Atenas, em 415 a. C., de incorporar a ilha no seu império e a intervenção de Cartago em 410 a. C. para defender a sua posição na Sicília puseram fim a tão frágil estabilidade.

Grécia: Período clássico

Grécia: Período clássico

Guerras Medo-Persas


O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas Pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).
Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).
Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.
Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática.
O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.

Guerra do Peloponeso


Liga de Delos (Império ateniense) depois da Guerra do Peloponeso em 431 a.C..

Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.
Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.
As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto.
Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis.
Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.
Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.

Ascensão da Macedónia


O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.
Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia[. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de maláriana Babilónia em 323 a.C.

Grécia: Período helenístico

Grécia: Período helenístico
O período helenístico da história grega começa com a morte de Alexandre em 323 a.C. e termina com a anexação da península e ilhas gregas por Roma em 146 a.C.. Apesar do fato de que o estabelecimento do governo romano não quebrou a continuidade da sociedade e cultura helenísticas - que permaneceram essencialmente as mesmas até o advento do Cristianismo -, ele marcou, contudo, o final da independência política grega
Durante o período helenístico, a importância da Grécia "em si" (ou seja, o território representado pela Grécia atual) dentro do mundo grecófono delinou nitidamente. Os grandes centros de cultura helenística eram Alexandria e Antioquia, capitais do Egito ptolemaico e da Síria selêucida respectivamente. Outros centros importantes eram Esmirna, Selêucida do Tigre, Éfeso e Pérgamo, todas fora da Grécia continental (cf. Civilização Helenística para a história da civilização grega fora da Grécia durante esse período.)
Atenas e suas aliadas (todas as populações da Grécia Central e do Peloponeso, com exceção de Esparta), ao receberam notícia da morte de Alexandre, revoltaram-se contra a Macedônia, mas foram derrotadas dentro de um ano, na Guerra Lamíaca. Enquanto isso, uma contenda pelo poder deixado por Alexandre irrompeu entre seus generais, resultando no desmembramento de seu império e no estabelecimento dum número de novos reinos (cf. Diádocos). Ptolomeu ficou com o Egito, Seleuco com o Levante, a Mesopotâmia e algumas cidades a leste. O controle da Grécia, Trácia e Anatólia foi contestado, mas por volta de 298 a.C. a dinastia dos Antigônidas suplantara a antipátrida.
O controle macedônio das cidades-estados gregas foi intermitente, com o aparecimento de revoltas. Atenas, Rodes, Pérgamo e outros estados gregos mantiveram uma independência substancial, juntando-se à Confederação da Etólia (ou "Liga da Etólia") com a intenção de defender essa independência. A Confederação da Acaia (ou "Liga da Acaia") ainda que teoricamente sujeita à dinastia ptolemaica (também chamada de dinastia dos Lágidas), agia, de fato, independentemente, controlando a maioria do sul da Grécia. Esparta também continuou independente, mas recusou-se a fazer parte de confederações.
Em 267 a.C., Ptolomeu II persuadiu as cidades gregas a revoltarem-se contra a Macedônia, resultando na Guerra de Cremônides, assim chamada devido ao líder ateniense Cremônides. As cidades gregas foram derrotadas e Atenas perdeu sua independência, bem como suas instituições democráticas. Isso marcou o fim de Atenas como agente política, ainda que continuasse sendo a maior, mais rica e mais cultivada cidade da Grécia. Em 255 a.C., a Macedônia derrotou a frota egípcia em Cós e estendeu seu domínio à todas as ilhas do Egeu, com exceção de Rodes.
Esparta continuou hostil aos Aqueus, e em 227 a.C. terminou por invadir a Acaia, ganhando o controle da Confederação. Os aqueus restantes preferiram distanciar-se da Macedônia e aliar-se a Esparta. Em 222 a.C., o exército macedônio derrotou os espartanos e anexou a cidade - era a primeira vez que Esparta era ocupada por um poder estrangeiro.
Filipe V da Macedônia foi o último governante grego a dispor tanto de talento como de oportunidade para unir a Grécia e preservar sua independência contra o poder de Roma, mas morreu com um machucado que não parava de crescer. Sob seus auspícios, a Paz de Naupacte (217 a.C.) Nesse momento ele possuía o controle de toda a Grécia, excetuando-se Atenas, Rodes e Pérgamo.
Em 215 a.C., contudo, Filipe forjara uma aliança com o inimigo romano, Cartago. Imediatamente, Roma seduziu as cidades aqueias, fazendo com que abandonassem a antiga lealdade a Filipe, e fez alianças com Rodes e Pérgamo - esse último, o maior poder da Ásia Menor. A Primeira Guerra Macedônica eclodiu em 212 a.C., terminando inconclusivamente em 205 a.C.. A Macedônia, contudo, havia sido marcada como inimigo de Roma.
Em 202 a.C., Roma derrotou Cartago, ficando livre para dar atenção ao oriente. Em 198 a.C. estourou a Segunda Guerra Macedônica - por razões ainda obscuras, mas basicamente porque Roma via a Macedônia como um aliado em potencial dos Selêucidas, o maior poder do oriente. Os aliados de Filipe na Grécia deserdaram-no, e em 197 a.C. ele foi finalmente derrotado na Batalha de Cinoscéfalos pelo cônsul romano Titus Quinctius Flaminius.
Para a sorte dos gregos, Flaminius era um homem de moderação e um confesso admirador da cultura grega, além de conhecer e falar o idioma - razão pela qual, na verdade, muitos dos aliados de Filipe haviam se aliado a Flaminius. Filipe teve que capitular sua frota e tornar-se um aliado romano, de forma que foi poupado. Durante os Jogos Ístmicos, realizados no istmo de Corinto em 196 a.C., Flaminius declarou, em meio ao entusiasmo geral, a independência das cidades gregas, tornando-as livres, apesar de guarnições romanas ainda se encontrarem em Corinto e na Calcídica. A liberdade prometida por Roma, contudo, era uma ilusão. Todas as cidades, exceto Rodes, faziam parte duma nova Confederação controlada pela própria Roma, e a democracia foi substituída por regimes aristocráticos aliados a Roma. A partir deste momento, rei Estefen Genaro passou a dominar a Grécia.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Filosofia Historia da Grecia Antiga